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08 setembro 2013

Resenha - O Poder da Espada

Nome: O Poder da Espada;
Nome original: The Blade Itself;
Autor(a): Joe Abercrombie;
Editora: Arqueiro;
Revisão: Milena Vargas e Natalia Klussmann;
Onde comprar: Compare preços;
Sinopse: Sand Dan Glokta é um carrasco implacável a serviço da Inqiuisição de Sua Majestade. Nas mãos dele, os supostos traidores da Coroa admitem crimes, apontam comparsas e assinam confissões - sejam eles culpados ou não. Por ironia, Glokta é um ex-prisioneiro de guerra que passou dois anos sob tortura.
Mas isso nunca teria acontecido se dependesse de Logen Nove Dedos. Ele jamais deixaria um inimigo viver tanto tempo. Só que isso foi antes. Agora ele está decidido a mudar. Não quer ser lembrado apenas por seus feitos cruéis e pelos muitos inimigos que se alegrarão com sua morte.
Já a felicidade do jovem e mulherengo Jezal dan Luthar seria alcançar fama e glória vencendo o Campeonato de Esgrima, para depois ser recompensado com um alto cargo no governo que lhe permitisse jamais ter um dia de trabalho pesado na vida. Mas há uma guerra iminente e ele pode ser convocado a qualquer momento. Luthar sabe que, nos campos do Norte gelado, o embate segue regras muito menos civilizadas que as do esporte.
Enquanto a União mobiliza seus exércitos para combater os inimigos externos, internamente se formam conspirações sanguinárias e um homem se apresenta como o lendário Bayaz, o Primeiro dos Magos, retornando do exílio depois de séculos. Quem quer que ele seja, sua presença tornará as vidas de Glokta, Jezal e Logen muito mais difíceis. Agora a linha que separa o herói do vilão pode ficar tênue demais.
Sucesso entre os leitores de George R. R. Martin, a trilogia A Primeira Lei teve os direitos vedidos para 24 países. Os próximos títulos da série são Antes da Forca e O Duelo dos Reis.


É uma coisa meio estranha de admitir, cinco anos depois, mas, sim, é preciso: Christopher Paolini agora divide o pódio de meu autor favorito de fantasia épica.

Pois quem senta ao seu lado, no trono de ouro, é Joe Abercrombie.

Eu, honestamente, não imaginava o quão estupendo poderia ser O Poder da Espada, nova aposta de fantasia da editora Arqueiro. Recebi esse livro em mãos quando estava lendo um com uma vibe totalmente diferente da que este repassa; quando finalmente o segurei para ler, até dei um suspiro. Eu já havia tido experiências não muito agradáveis antes com fantasia épica, desilusões que eu realmente não esperava ter por serem com obras consagradas e praticamente tombadas como patrimônio criativo épico-fantástico mundial. Arriscar-me de novo nesse chão, onde eu só havia tido sucesso com uma saga – O Ciclo da Herança, de Paolini –, não me parecia muito sensato. Mas eu precisava lê-lo. Não só pela esperança de desmistificar minhas sensações ruins quanto a livros deste cunho, mas também porque era um lançamento de uma de minhas editoras favoritas, e ela esperava retorno.

Então abri o livro, me concentrei na primeira página.

E, de verdade: quase não larguei mais até acabar.

O Poder da Espada, narrado no estilo POVs (Points of Views), conta as histórias de vários protagonistas em torno de uma grande trama. Enquanto o torturador Sand dan Glokta vive uma vida amarga tendo o poder de confissões de grandes homens de uma Coroa poluída e a confiança de poderosos homens interessados em seus ganhos, o sangrento Logen Nove Dedos, que acabou de perder tudo – sua família, seu bando e sua força de vontade de continuar vivendo sob uma fama de terror, assassinato e sangue –, é clamado pelo misterioso e lendário Bayaz, o Primeiro dos Magos, para juntar-se ao mesmo em uma jornada mais repleta de magia, descobertas e perigos do que um homem Nomeado e de novo coração pode imaginar viver. Jornada que pode acabar interferindo até mesmo na vida do bon vivant Jezal dan Luthar, o qual, à beira de um campeonato que pode mudar sua vida com respeito, glória e reconhecimento, redescobre lados de si mesmo que nunca ousou imaginar possuir e se prepara para uma guerra que há tempos muitos homens não haviam ouvido falar e lutado. Uma guerra iminente de uma nação poderosa, cheia de conflitos políticos, pessoais, personagens históricos ressurgentes e magia contra inimigos longínquos, governados pelo sanguinário, impiedoso e misterioso poder de um poderoso inimigo. Uma guerra que mudará o rumo de tudo e todos em suas histórias.

Falando sobre o livro, algo muito importante em livros que propõem prólogos é que estes consigam tanto animar o leitor quanto instiga-lo a continuar com a leitura do livro. O prólogo de O Poder da Espada é ótimo: finalmente cumpriu esta função – já que alguns que peguei recentemente eram simplesmente coisas quase totalmente nada a ver com o enredo do livro. Fiquei realmente instigadíssimo.

É um livro de um mistério e suspense maravilhosamente montados, que sabe segurar e ansiar o leitor para que este continue a devorar as deliciosas páginas escritas por Abercrombie. Escrita, aliás, que é de uma riqueza comedida e agradável em descrições, além de dotada de um ritmo gradativo que só cresce, desenvolve e enriquece o enredo. Neste livro, nunca a leitura se torna atravancada ou é desmotivadora. É engraçado em alguns pontos, repleto de cinismo e sarcasmo, além de trabalhar com interesses políticos e disputas que envolvem pessoas inescrupulosas, cruéis e maquiavélicas – um prato cheio para quem é fã e para aqueles que querem começar a ler literatura fantástica épica.

É um livro que surpreende com mínimos detalhes e o caráter brusco que sua sociedade sedenta pelo poder, medieval e deliciosamente fantástica traz. As cenas de luta são impecavelmente bem descritas e emocionantes: mais do que eu esperava, até (quem tem estômago mole deve ter um pouco de cuidado: o escritor é sincero com o que imaginou nas cenas mais violentas). Não me senti com vontade de pular algum narrador específico, também, coisa que é muito comum quando lemos coisas em estilo POVs. O comportamento completo dos personagens, que são fieis às suas personalidades, é interessante e incrivelmente cativante. Esta linearidade empática de todos os personagens é estonteante. Você simplesmente ama todos os personagens de O Poder da Espada. Se assusta com um ou com outro aqui e acolá, discorda do ideal de alguns (o que é completamente normal), mas não pode negar que gosta de lê-los e acompanha-los. Coisa que pra mim, além de difícil de ser feita, é fantástica quando acontece.

O Poder da Espada: um livro inteligente, composto por personagens maravilhosos e escrito por um homem de talento surpreendente e possuidor de uma destreza literária inegavelmente brilhante. Eu realmente não havia ficado tão animado, instigado e apaixonado por uma literatura fantástica épica desde Christopher Paolini e sua fantástica criação, O Ciclo da Herança. (Eragon) Eu quero e preciso ler a trilogia A Primeira Lei, de Joe Abercrombie. É uma necessidade literária real e incontestável.

Por favor, leia O Poder da Espada. Seja você conhecedor de literatura fantástica épica ou não. Acredite: vale a pena se inebriar nestas 480 páginas.


P.S.: Quase esqueci de comentar, puxa. Só há duas coisas que eu criticaria neste livro:

1) A editora realmente poderia ter caprichado um pouquinho mais na diagramação, né? Ter colocado fontes mais elaboradas nos títulos dos capítulos, ter feito algo mais impactante e bonito de se ver (tanto na organização quanto no design das páginas);

2) Por ser um livro de literatura fantástica épica, senti MUITO a falta de elementos que normalmente existem neste tipo de livro. Um mapa para mostrar a geografia do mundo onde se situa a história (principalmente); um apêndice com explicações que poderiam enriquecer não só o enredo, mas também o fluxo criativo do leitor e o entendimento do mesmo perante vários aspectos; uma página de ensino de pronúncia de nomes também seria divertido, e outras coisas que poderiam ser somadas ao livro e deixa-lo, em questão de conteúdo, mais completo do que já é.

Mas nada que prejudique o livro, é claro. Nada mesmo. Pode ler à vontade, entregue e sem medo. Acredite.

08 julho 2013

Resenha - Sem deixar rastros

Nome: Sem deixar rastros
Original: Fade Away
Autor(a): Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Onde comprar: Compare preços
Sinopse: Myron Bolitar parecia destinado a uma carreira de sucesso na NBA quando uma lesão no joelho o afastou das quadras para sempre. Porém, 10 anos depois, o agente esportivo e detetive particular com passagem pelo FBI está de volta ao jogo - não para cumprir seu destino como astro do basquete, mas para desvendar mais um mistério. 
O ídolo dos Dragons de Nova Jersey, Greg Downing, maior adversário de Myron na época da faculdade, desapareceu sem deixar rastros pouco antes das finais do campeonato nacional. À frente do caso, com a ajuda de seus dois fiéis escudeiros, Win e Esperanza, Myron trabalhará infiltrado entre os jogadores para tentar obter informações capazes de levar ao paradeiro do antigo rival, com quem também competiu pelo amor de uma mulher.

Sem deixar rastros faz parte da série de Myron Bolitar, mais um livro sobre Myron e seus casos, porém esse parece ir para uma perspectiva diferente dos demais que já li, um ponto muito bom que Harlan trouxe ao personagem tão querido por mim.

Myron continua trabalhando como agente esportivo, com sua namorada Jessica e seus fiéis amigos Win e Experanza. Porém, o sumiço de um antigo rival das quadras ocasiona a retomada de Myron à investigação criminal; ele não aceita o caso apenas por dinheiro ou consideração à quem lhe pediu para investigar, mas também como uma dívida que acha ter com o antigo colega. Mas para a investigação Myron precisa voltar às quadras de basquete, onde já não havia estado há muitos anos depois de sua contusão no joelho, fazendo Myron experimentar a nostalgia dos tempos da faculdade, reacendendo o desejo de voltar às quadras e ocasionando reflexões sobre seu passado que parece não ter superado.

Essa é a diferença em Sem deixar rastros. A retomada de Myron nas quadras faz o pensar em seu passado, refletir sobre ele, descobrir novos fatos e sensações que lembranças antigas ainda lhe traz. Não temos aqui só o caso  misterioso do desaparecimento de Greg e Myron, Win e Esperanza na resolução dos inúmeros problemas e questionamentos que o caso traz. Também temos a parte mais 'subjetiva' de Myron, de seus amigos e relacionamentos. 

Harlan é com certeza um dos melhores autores de romance policial que conheço, mesmo não conhecendo muitos posso dizer isso não só pela minha opinião baseada no que já li dele mas também de outras opiniões confiáveis que li pela blogosfera literária. E ele não nos decepciona nesse livro. Pode parecer difícil acreditar que os mesmos personagens na mesma base de romance policial possa nos surpreender, confesso que no começo estava achando a leitura um pouco tediosa. Mas Harlan sabe nos conduzir na estória, nos problemas novos que aparecem e por mais que tentamos desvendar o mistério antes (eu tentei inúmeras vezes) ele surpreende muito bem no desfecho da trama.

Enfim, me conterei nos elogios em Harlan, em sua narrativa e em Myron. A diagramação da Arqueiro está  impecável, como sempre. Não lembro de ter encontrados erros ortográficos. 
Recomendo à todos que ainda não conhecem a narrativa de Harlan (Não é preciso ler os outros livros da série para ler qualquer volume) e à quem já conhece e ainda não leu Sem deixar rastros, não deixe de apreciar mais uma obra muito bem feita de Harlan com seu excêntrico Myron Bolitar que tanto aprecio.


1- Quebra de Confiança
2- Jogada Mortal
3- Sem deixar rastros
4- Back Spin
5- One False Move
6- The Final Detail
7- Darkest Fear
8- Promise Me
9- Quando Ela Se Foi
10- Alta Tensão

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