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19 novembro 2020

Entrevista com o autor: Bruno Rodrigues

Hoje iremos conhecer um pouco mais o mais novo autor parceiro do blog: Bruno Rodrigues, autor do livro Ilha de Barbolandia e dono da editora Barbohouse, criada para a sua publicação. O livro já chegou por aqui e estou ansiosa pela leitura. É um trabalho muito criativo e primoroso. Conheçam mais sobre:


Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira. 
Meu nome é Bruno Rodrigues e nasci em Belém em 1989. Me formei em Comunicação Social na UFPA e, em 2013, fui morar em Florianópolis-SC, onde conclui meu mestrado em Design na UFSC. Desde então, tenho trabalho como UX Designer (design de experiência do usuário de aplicativos e sites). Em paralelo, eu escrevo uma série chamada Ilha de Barbolandia. Muitas coisas me inspiram, mas principalmente filmes antigos clássicos, séries de drama, filmes de aventura, ficção científica e magia. Mas uma conversa entre amigos pode me despertar para querer escrever alguma coisa! 

Quando iniciou tua paixão pela Literatura? 
Aos 15 anos. Antes eu desenhava e criava histórias em quadrinho da Ilha de Barbolandia, então, um certo dia eu quis seguir os processos tradicionais de criação de uma HQ, começando pelo roteiro. Fui escrevendo páginas e páginas deste roteiro, acrescentando detalhes, pensamentos e, quando vi, estava virando um livro de verdade. O que te motiva a escrever? Eu quero criar um país muito realista, um lugar que as pessoas acreditem que seja real e possam se divertir nele. 

Como ocorre teu processo de escrita? 
Quando eu escrevo um livro do zero, primeiramente, eu penso em tudo o que eu desejo que aconteça nesta história. Por exemplo, o que os personagens vão fazer, que tipo de natureza eles estarão inseridos, quais os mistérios envolvidos... Enfim, é um plano geral do livro. Depois disso, começo a escrever os capítulos, um pouquinho todo dia, e me esforço para não ficar muitos dias sem abrir o computador. Eu gosto de escrever à noite porque é mais silencioso e eu não gosto de ser interrompido. É uma etapa que eu não julgo o que estou escrevendo, então simplesmente vou digitando. Depois que todas as ideias foram exploradas, eu começo a mexer no texto, e nesse processo eu mudo os capítulos, os parágrafos e vou lapidando até à exaustão. Confesso que é difícil chegar num consenso de quando está bom, mas alguma hora eu tenho que bater o martelo. Por isso eu sigo uma máxima: “feito é melhor que perfeito”. 


Como foi a trajetória de publicação? 
Eu abri a Editora Barbohouse em 2011 para publicar meus próprios livros, portanto, faço parte de um nicho de mercado de autores independentes. Eu sigo o passo a passo de uma publicação tradicional de livro: texto, revisão, ficha-catalográfica, ISBN, capa e ilustração, diagramação, orçamento com gráficas, impressão, divulgação e venda. A diferença de uma editora tradicional é que eu estou envolvido em todos os processos, imprimo poucos livros e faço a divulgação somente por meio das redes sociais e em eventos. 

O que você pensa sobre o mercado editorial brasileiro atual? É difícil ser autor/escritor no país? 
O mercado editorial tradicional está falindo. As editoras publicam e distribuem, mas as livrarias físicas não estão pagando – vide a questão da livraria Cultura e Saraiva que estão em recuperação judicial. Se formos avaliar as pesquisas, o mercado de livros constantemente está em queda e o que o sustenta são as compras feitas pelo governo e os bestsellers. Em paralelo, temos as editoras pequenas e independentes, que por si só precisam ser estudadas para descobrimos como se sustentam! Com tiragens baixas e, constantemente, precisando de financiamento coletivo para pagar os custos dos livros, eu fico me perguntando como este pode ser um negócio sustentável? O escritor, por sua vez, também precisa de virar nos trinta para coexistir neste universo esquisito. Agora que temos as redes sociais para ajudar na divulgação do nosso trabalho, acredito que a comunicação entre autores e leitores ficou mais rápida e isso também facilita para que as vendas aconteçam. 

Quais as suas paixões além da Literatura? 
Eu adoro a área do design gráfico e da experiência do usuário! Acho que isso se reflete na Ilha de Barbolandia. Fora o trabalho, eu também adoro viajar e comer! 

Tem dicas para uma boa escrita e para pessoas que pretendem escrever seu próprio livro? 
Algumas dicas para ter uma boa escrita: conheça seu público, diversifique seu vocabulário, seja um bom leitor antes de ser um bom autor... Não gosto de dar dicas como se fossem regras, pois assim corro o risco de deletar a voz do próprio autor. Com o tempo, todos nós ganhamos aprendizados e o importante é que o autor se empenhe em escrever todos os dias. Também evito pensar se o livro vai fazer sucesso ou não, acho que isso não depende única e exclusivamente dos autores. É muito importante ser humilde, entender seus pontos fortes e fracos e trabalhar arduamente para que seu trabalho seja concluído.

Conheçam mais do trabalho do Bruno no seu Instagram: @ilhadebarbolandia

08 outubro 2020

Entrevista com o autor: Tiago Júlio


O blog recentemente fechou parceria com mais um autor paraense e que está com lançamento no mercado! Conheçam um pouco mais sobre o Tiago Júlior, autor de Outubro.

Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira:

Nasci em 1990, em Belém do Pará. Desde criança, sou apaixonado por contar histórias. Escrevo regularmente desde 2008, quando entrei para a universidade e criei meu primeiro blog literário. Minha formação é em Comunicação Social, Jornalismo, e possuo uma especialização em Produção Audiovisual. Pretendo, em breve, cursar Psicologia para ganhar propriedade e autoridade para auxiliar, de forma profissional, pessoas em sofrimento psíquico. Essa é uma das minhas maiores paixões e um dos meus grandes objetivos.
Em 2013, fui diagnosticado como portador do Transtorno Afetivo Bipolar. Em 2016, publiquei uma autobiografia, chamada “Cabeça Bipolar”, contando detalhadamente minhas experiências pessoais com ênfase na natureza de ser um bipolar. Mantenho um projeto na internet, com foco maior no Instagram, chamado Vida De Um Bipolar (@vidadeumbipolar), que tem como objetivo principal auxiliar outros portadores. Também no Instagram, dou vazão à minha produção literária, através do perfil @otiagojulio. Daqui a um mês e meio, lançarei meu segundo livro, o romance “Outubro”, ambientado no Círio de Nazaré.

Quando iniciou tua paixão pela Literatura?

Escrevo desde que aprendi a escrever. Lógico que, na infância, as narrativas eram simplórias e sem profundidade, mas eu lembro de, bem cedo, já criar historinhas. Fui influenciado, principalmente, pelos gibis da Turma da Mônica e pelos livros infantis que eu ganhava da minha tia Lena. Como eu era uma criança tímida e introvertida, passava muito tempo lendo. No início da idade adulta, redescobri o prazer de ler por conta da biblioteca da universidade. Li Saramago, García Marquez, Lispector, Rubem Fonseca, Veríssimo, Douglas Adams, Martin Page, Cecília Meireles e tantos outros. Lia compulsivamente, vários livros por mês e isso moldou muito minha formação. Hoje, escrevo bem mais do que leio, o que talvez seja muito errado! (risos). Mas fui contaminado muito cedo por grandes vozes e elas passaram, até hoje, a ecoar dentro de mim.

Primeiro livro do autor, disponível na Amazon.

O que te motiva a escrever?

Escrevo pra não sufocar. Tenho muita energia reprimida e, através das palavras, consigo canalizar elas, de alguma forma. Acho que, se eu praticasse algum exercício físico regularmente, ia conseguir criar um fluxo pra essa energia e, provavelmente, escreveria bem menos (risos). Escrevo, também, porque sei que há quem me leia. A ideia de escrever e guardar nunca funcionou pra mim. Sempre achei que o que vem de dentro da gente e ganha as telas ou o papel, merece também o mundo. Como há mais de dez anos escrevo para a internet, o contato com o público leitor e a velocidade de informação são muito grandes. Gosto dessa troca, de ter um feedback e de saber o que estão achando do meu trabalho. A internet pode ser terrível, mas também pode ser uma ferramenta maravilhosa. Basta saber usá-la.

Como ocorre teu processo de escrita?

Quando escrevo poesia, que é o que mais produzo atualmente, penso num determinado tema e trabalho em cima dele. Não gosto muito da ideia de inspiração. Se eu só escrevesse quando tivesse inspirado, não teria feito nem 50% do que já fiz até hoje. Não que isso nunca aconteça, mas não dá pra ficar esperando as palavras caírem do céu. Escrever é um processo que demanda técnica, exercício, disciplina. Depois que se pega a manha e se descobre seu próprio estilo, coisa, às vezes, muito difícil de se alcançar, a escrita passa a fluir de forma mais natural e espontânea.
Escrevo, geralmente, dois posts por dia pra o meu Instagram literário e vou deixando guardados no meu banco de publicações. Também produzo muito conteúdo audiovisual pra plataforma, que é o que mais está dando engajamento. É uma pegada diferente, pois, além de escrever o poema, preciso decorar, interpretar, gravar e editar. Dá trabalho, mas tem valido a pena!

Novo lançamento do autor

Como foi ocorre a trajetória de publicação?

O “Cabeça Bipolar” foi escrito em pouquíssimo tempo pra concorrer a um prêmio literário promovido pela livraria Fox, em 2014. Não consegui ganhar a premiação, então fui investir em outras alternativas, como agenciamento literário e até crowdfunding. Como nada deu certo, resolvi partir pra publicação independente, em 2016. A tiragem pequena esgotou na semana do lançamento, superando todas as minhas expectativas.
Com o “Outubro”, aconteceu de forma parecida. Depois que terminei de escrever o romance, fui tentar alguns prêmios literários regionais, mas acabou não rolando. Conversei com o Douglas Oliveira, da Editora Folheando, e ele apresentou um orçamento muito amigável, então fechamos. A pré-venda tem sido um sucesso enorme e eu vou precisar pedir mais livros para atender à demanda. Sigo independente, com os direitos autorais integralmente em meu nome. Pretendo continuar assim, ao menos por enquanto.

O que você pensa sobre o mercado editorial brasileiro/paraense atual? É difícil ser autor/escritor no Pará?

É difícil ser autor no Brasil, no Norte do país a coisa é pior. O público-leitor é muito reduzido e limitado a nichos específicos. Quem não tem suporte de uma grande editora, a imensa maioria dos autores brasileiros, precisa se virar como pode pra vender seus livros. Eu estou numa busca permanente de fidelizar meu público. Em relação à política, há uma carência de ações públicas a nível nacional para o fomento das artes, como um todo. Houveram grandes retrocessos nos últimos tempos em todos os campos, e o livro não ficou pra trás. Agora, estão com proposta de taxá-lo para encarecer ainda mais seu preço, aumentando a dificuldade de acesso e limitando o poder de compra da população mais pobre, que já não era nada bom. Enfim, nadamos contra a corrente e, às vezes, parece que só resistimos por paixão e teimosia.

Quais as suas paixões além da Literatura?

Sou apaixonado por todas as formas de artes e pela riqueza do espírito humano. Fiz especialização em Audiovisual mais por amor ao cinema do que por ambição profissional. A música, principalmente a brasileira, é minha grande amiga. Quando ouço Milton, Chico, Caetano, Elis, Bethânia, sempre tenho insights para escrever minhas poesias autorais. Fora do campo artístico, admiro muito a sensibilidade de quem, apesar de todos os problemas e dificuldades da vida, consegue ter leveza e algum senso de humor. Amo quem consegue ri de si mesmo e de suas próprias desgraças. Amo quem é gentil e educado, quem, nesse mundo doido, ainda acha brecha para amar. O ser humano e toda a potencialidade da vida em comunidade, física ou virtual, são minhas maiores paixões.

Tem dicas para uma boa escrita e para pessoas que pretendem escrever seu próprio livro?

A principal dica é: escreva. Escreva, se aperfeiçoe, treine, descubra seu estilo. De preferência, vá escrevendo e postando em algum lugar, faça fanzines (publicações artesanais), mostre pra os amigos mais próximos pra receber retorno dos leitores. Não se preocupe em publicar um livro se você ainda não tem certa maturidade literária pra isso. Isso demanda tempo. Além do mais, o livro é apenas um formato e quem escreve num blog não é menos escritor que alguém que já publicou 30 livros. São experiências diferentes. Tente controlar a ansiedade e seja receptivo às críticas construtivas, mas também valorize quem lhe elogia e lhe empurra pra frente. Acima de tudo, satisfaça primeiro a você e escreva de forma que você sinta orgulho do seu trabalho. Estas são dicas que eu gostaria de ler quando estava começando, mas não posso falar mais que isso, pois ainda estou aprendendo também (risos).

Acompanhem o trabalho do Tiago em seu perfil no Instagram: @otiagojulio

08 setembro 2020

Entrevista com o autor: Daniel Prestes


Hoje temos mais uma entrevista com o autor, agora de um novo parceiro do blog, além de amigo da vida acadêmica e pessoal. Daniel Prestes é crítico literário, mestre em Letras e autor paraense. Recentemente lançou seu mais novo conto na plataforma Amazon: Nunca mais Café, o qual teve leitura já resenhada no perfil do Instagram do blog (post exclusivo por lá). Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre ele e sua produção.

Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira:

Eu sou graduado em Letras - Língua Portuguesa e Mestre em Letras pela Universidade Federal do Pará. Pesquiso recepção de prosa de ficção feita por leitores na internet, especificamente no Youtube. Não sei dizer se há algo específico que me inspira. Geralmente eu tenho ideias a partir de coisas cotidianas com as quais acabo fazendo algum tipo de relação ou conexão. Quando essas ideias acabam sendo fortes o suficiente pra me fazer ficar ruminando, acabo escrevendo. Propostas de exercícios de escrita ou editais com temas também ajudam a essas ideias aparecerem.

Quando iniciou tua paixão pela Literatura?

Paixão, não sei se atualmente eu descreveria o meu sentimento dessa maneira. Já fui um leitor muito mais agressivo e voraz, porém hoje em dia estou mais calmo. A paixão ficou nesse tempo da voracidade. Eu comecei a ler criança mesmo, sempre tive muitos gibis da turma da Mônica. Minha mãe sempre comprava eles e os almanacões de férias. Na escola em que estudei a maior parte da minha vida, em São Paulo (onde nasci), sempre pedia livros paradidáticos. Fora que eu também tinha muito tempo livre, porque fora os amigos da escola, não tinha mais pessoas próximas com a mesma faixa etária. Eu sou o primo mais novo dos primos mais velhos, que são em sua maioria mulheres. Só que nessa época eu não lia tanto livros, eram mais revistas mesmo. Quando me mudei para Altamira, comprei o primeiro livro de Harry Potter. Li e reli esse livro inúmeras vezes porque quando me mudei pra Altamira eu não conhecia ninguém e era mês de férias. A adaptação também não foi muito fácil, então acabei ficando muito com os que fui comprando com o tempo. Logo depois, abriu uma Nobel na cidade, me tornei amigo de todos la, do dono, dos filhos dele e dos funcionários. Passava horas lá. Imagina, poucos amigos, gosto pela leitura, tempo disponível... Então pode-se dizer que embora eu tenha sido sempre um leitor, a “paixão” veio com a descoberta de livros de fantasia e com o fato de ter que me entreter sozinho.


O que te motiva a escrever?

A gente sempre pode escolher uma versão bonitinha sobre essa questão. Aliás, sobre a anterior também, né? Que motiva a escrever acho que é a vontade de comunicar, de falar, de manter diálogo. Eu falo muito, mesmo por mensagem de texto. Eu penso demais. E preciso externar isso de alguma forma e acaba sendo pela escrita.

Como ocorre teu processo de escrita?

No caso de ficção, geralmente eu tenho uma ideia. Essa ideia pode vir do “nada” ou pode vir de alguma situação orientada, como um exercício de escrita, um tuite de alguém que eu sigo e que dá pra fazer algum tipo de gracinha e que acaba criando um certo enredo ou uma chamada de textos. Essa ideia geralmente se torna um encosto que não me deixa pensar muito em outras coisas. Daí eu sento e vou escrevendo até terminar uma versão. Se eu interromper o processo sem que essa primeira versão exista, dificilmente consigo retornar pro texto. Depois, a depender da ideia, se ela continua me perturbando ou não, vou fazendo revisões e acréscimos, reescritas. Mas confesso que não sou muito fã de tantos retornos. Isso é uma coisa que me deixa muito exausto. No final das contas, é por causa disso que eu não tenho textos muito longos.

Como foi ocorre a trajetória de publicação?

Bom, os primeiros textos foram em coletâneas e concursos da UFPa, por exemplo. Também têm textos publicados em jornais literários. A maioria estava no meu antigo blog, o Folhetim Felino, que eu tirei do ar. Agora eu também tenho as autopublicações na Amazon.

O que você pensa sobre o mercado editorial brasileiro/paraense atual? É difícil ser autora/escritora no Pará?

Bom, o Mercado Editorial é claramente centrado na região Sudeste. Não só porque as editoras estão lá, mas porque autores e produtores de conteúdo também se concentram na região e, de modo geral, só compartilham as pessoas de lá. No máximo você consegue, atualmente, ver autores do Nordeste e do Sul, mas o Norte e o Centro-Oeste ainda são, pelo que vejo, menos divulgados literariamente. É mais fácil autores da região sudeste chegar aqui, do que nós do Norte, chegarmos a eles. Isso porque não me parece haver tanto interesse em se conhecer, buscar saber. Vejo isso pelas redes sociais, muito. Mesmo que haja uma interação entre autores e produtores de conteúdo de outras regiões conosco, a troca é muito assimétrica. O fato mesmo deles saberem que a gente existe não garante que haja circulação, porque eles sabem, mas não lembram.
No caso do mercado paraense, também é complicado. As editoras daqui não tem envergadura pra fazer uma projeção dos autores. A maioria são publicados pelas mesmas editoras há anos, sobre temas muito específicos e regionais. E com isso não quero dizer que há um problema em se tratar das nossas regionalidades, do que há específico do lugar, mas quem observar bem, saberá que a produção literária daqui vai muito além disso. Algumas editoras passaram a prestar atenção nisso, mas ainda é muito pouco. Por exemplo, atualmente de projeção nacional, temos o Edyr Proença, que até ganhou prêmios na França. Também temos a Roberta Spindler, que foi publicada na Suma. Edyr fala de violência urbana. Da violência de Belém e região metropolitana. Não é algo muito usual quando se pensa em literatura paraense ou em se falar de uma literatura produzida no Norte, envolto entre rios e florestas. Roberta no último romance por ela publicado, traz uma história de fantasia a partir de jogos online, hoje conhecidos como e-sports. Há personagens paraenses, mas não foca só nisso. E esses dois são exemplos de autores publicados por editoras e com maior projeção, ainda outros produzindo sobre um terror que não passa necessariamente pelo que se convencionou cultura popular local, de seres da floresta. Há também os independentes.
Mas esses últimos são mesmo um grupo mais a parte. O que temos mesmo são muitos escritores que publicam muito por editais. Não há problema nisso, mas é preocupante, a meu ver, que eles só pareçam ter esse caminho para conseguirem ser publicados.
De outro lado, há uma forte presença do que consideramos ser o cânone paraense, que ganha apoio da Universidade, já que é ela quem mais se dedica a lê-los e estuda-los.
E pra finalizar, o mercado paraense é majoritariamente masculino. E quando há presença de mulheres, elas são eclipsadas pelos homens, ainda que sejam todos escritores contemporâneos. Isso ocorre principalmente no campo da divulgação. A maneira como elas são divulgadas é muito diferente da forma como eles são. A qualidade de como se fala e de como se apresenta os homens é muito maior e mais elaborada do que das mulheres.

Quais as suas paixões além da Literatura?

Eu já fui muito de ver filmes e ver séries, mas hoje eu acho que fora trabalhar com o literário e com textos a maior parte do meu dia, eu gosto mesmo é de cozinhar.

Tem dicas para uma boa escrita e para pessoas que pretendem escrever seu próprio livro?

Ler é sempre importante, acompanhar o que tem sido publicado também, pra saber pra onde as coisas estão caminhando e de onde elas saíram. Não querer inventar a roda, nada de um novo Senhor dos Anéis. Buscar referências nacionais, que se conhece. Se for trabalhar com personagens que pertencem a minorias ou grupos étnicos, fazer uma boa pesquisa. Não achar que texto é obra de arte e que nem pode ser mexido ou criticado. Você não precisa concordar, mas não pode tolher a interpretação que fazem do teu texto. E aqui eu nem estou falando pra aceitar grosseria gratuita. Não aceite e não aceitar implica em não gastar seu tempo com gente mal educada. Revisar. Ter pessoas que leiam o material antes. Mas sempre prestando atenção que, se são seus amigos, é provável que eles tenderão a achar bom ou dizer que está bom. Então é melhor escolher pessoas que possam ter a liberdade de dizer que não está quando não estiver. Não embarcar em pagar para publicar. Escrever sempre. Submeter o máximo que der as chamadas de revistas, coletâneas e afins. Essas dicas são meio que uma reunião de dicas de experiência própria e das que já vi editores e demais pessoas do mercado editorial darem pras pessoas.

O Daniel possui uma escrita muito boa, além de escrever ficção, também escreve ensaios sobre assuntos relacionados ao meio literário e eu amo ler suas opiniões, muito bem embasadas. Saiba mais sobre ele em suas redes: Instagram - Medium - Twitter - Jornal Jamburana (ele é o dirigente desse periódico literário eletrônico).

16 agosto 2020

Entrevista com a autora: Bruna Guerreiro


Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a mais nova parceira do blog! A autora Bruna Guerreiro, a qual possui alguns títulos já publicados, entre romances e contos. Esta parceria já foi 'inaugurada' pelas primeiras impressões que realizei do seu mais novo lançamento, Milênio, uma história de amor proibido e de reencontro com o passado. Confiram esse post no perfil no Instagram do blog. Por aqui, iremos conhecer mais da autora, sua trajetória profissional e ainda conferir algumas dicas sobre escrita e publicação.

Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira.

Meu nome é Bruna Guerreiro, nasci em Belém, morei por mais de dez anos em São Paulo, onde me formei em História na USP. Já trabalhei como revisora de português e inglês até que concluí a formação superior em língua francesa, tradução e história da França e comecei a me dedicar mais ao francês. Hoje sou tradutora juramentada de francês. Além de escritora, claro!
Para mim, essa é sempre uma pergunta um pouco difícil de responder porque acho que tudo me inspira! Coisas que vi, li, vivi ou ouvi (de pessoas que conheço), é muito comum que algumas histórias comecem a surgir na minha mente a partir de uma música ou imagem ou algo que alguém me contou. Sonhos também me inspiram muito, tenho uma série de histórias baseadas em sonhos, eu chamo de "Oníricos" (minha primeira antologia leva esse nome), são histórias não relacionadas, têm apenas isso em comum. Hoje em dia eu tenho lido mais poesia e sinto o quanto isso tem se tornado fonte de inspiração para mim também.

Quando iniciou tua paixão pela Literatura?

Cedo, eu sempre li muito. Lembro de um livro infantil que nós tivemos em casa, do Malba Tahan, chamado "Paca Tatu", que era uma paixão pra mim, nunca esqueci! Na adolescência, eu li muito Ganymedes José e Pedro Bandeira, além de ter me apaixonado por Sherlock Holmes. Tínhamos assinatura do Círculo do Livro, morro de saudades. Ir a livrarias sempre foi meu passeio favorito.

01 julho 2020

Entrevista com a autora: Giuliana Murakami


E o blog tem novidades! O Meu Outro Lado fechou parceria com a autora Giuliana Murakami, escritora muito simpática e talentosa a qual vou poder conhecer sua obra muito em breve. Para iniciarmos os trabalhos, que tal conhecer um pouco sobre ela? 

Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira.
Sou paraense, nascida em Belém, neta de avós maternos japoneses (sansei) e pai português. Desde cedo recebi influência do folclore amazônico, do nipônico e adorava ouvir histórias do meu pai em Portugal. Foram essas tradições orais as minhas primeiras inspirações.
Aos poucos, fui desenvolvendo o hábito de leitura e, hoje em dia, sempre comento que minhas inspirações são “Harry Potter” (comecei a escrever, inclusive, por meio de fanfics da saga), independente de minhas opiniões pessoais ainda não totalmente formadas (por necessidade de estudo mesmo) sobre recentes condutas da criadora do universo; “Fronteiras do Universo”, fantasia escrita por Phillip Pullman; Haruki Murakami e seu realismo mágico; e como autores nacionais, Raphael Draccon ( “Dragões de Éter”), Eduardo Sphor (“A Batalha do Apocalipse”) e minha conterrânea, Roberta Spindler, fantasista de mão cheia por quem tenho grande admiração.
Gosto de dizer também que tudo ao meu redor me inspira. O que consumo, o que vejo, o que vivencio, minhas lembranças e sensações que perpassam meus sentidos ao longo da vida. Então, animes e desenhos animados entram na lista, os conflitos da rotina e também os introspectivos, meus estudos acadêmicos e de hobbie, a minha relação com as pessoas, a esquina da minha rua... Não que esses elementos estejam necessariamente presentes no que escrevo de forma latente, mas com certeza estarão implícitos em algum momento.
Sou formada em Direito e trabalho como advogada atuando em causas envolvendo direito tributário, o que me tira um pouco da fantasia e me coloca em situações que envolvem mais números e lógica. Equilíbrio é tudo. XD

Quando iniciou tua paixão pela Literatura?
A literatura como leitura iniciou cedo. Lia livros folclóricos aos quatro/cinco anos, comecei a consumir “Harry Potter”, “Crônicas de Nárnia” e “Alice no País das Maravilhas” talvez com uns oito anos, e vez ou outra fuçava a biblioteca da minha escola em busca de histórias novas.

O que te motiva a escrever?
Principalmente as personagens. Elas surgem em momentos aleatórios e rugem para que suas histórias sejam contadas. É uma motivação interna, de querer narrar.
Hoje em dia, com obra publicada, eu posso dizer que uma outra motivação recorrente é levar aos meus leitores alguma mensagem que considero importante. Não que eu me prenda a levar mensagens em todos os meus textos, mas com certeza ouvir meus leitores é um prazer enorme.
Sou fantasista primordialmente e quando criança escrevia para fugir da minha realidade; na adolescência, era como um acréscimo fantasioso aos meus próprios desejos de aventura; e atualmente, considero que escrever fantasia serve para expressar a realidade em vários prismas. É um escape fantasista, mas que discute a realidade nas entrelinhas de seu contexto imaginário. Isso também me motiva.
Sob o Sino é seu mais novo conto, está disponível na Amazon

Como ocorre teu processo de escrita?
Quando a ideia vem, seu núcleo principal costuma ser personagens e contextos específicos de conflito. A partir destes elementos, começo a criar o esboço da obra, confeccionando fichas das personagens com suas características psicológicas e físicas; estruturo o enredo (se for saga, normalmente já estruturo todos os livros que a compõe) e começo a escrever o primeiro rascunho.

Como ocorre a trajetória de publicação?
Hoje em dia temos vários caminhos. Os que conheço e experimentei são a publicação física por meio da contratação de serviços editoriais, seja uma editora mesmo ou uma empresa que presta esses serviços e, também, a possibilidade de publicar por meio de premiações, que foi como ocorreu a publicação do meu primeiro livro, “Guardiões do Império – O Selo do Sétimo”, que venceu a terceira edição do Prêmio Fox-Empíreo de Literatura.
Outra possibilidade acessível a vários autores é publicar em plataforma digital gratuita como Wattpad, por exemplo ou pela Amazon, na qual você deverá elaborar um ebook (livro digital) compatível com o site. Vários autores seguem por esse caminho hoje em dia.

O que você pensa sobre o mercado editorial brasileiro/paraense atual? É difícil ser autora/escritora no Pará?
O mercado tem sido favorável ao recebimento de autores nacionais nas editoras tradicionais. Atualmente, por conta das redes sociais, é impossível desvincular um autor do seu leitor, o que torna a proximidade entre eles um atrativo mercadológico.
O Norte ainda sente resistência de alguns pontuais focos de mercado no sul e sudeste, onde há maior número de leitores. Ainda assim, estamos cada vez mais sendo lidos, não só por conta da facilidade em divulgar materiais pelas mídias como também pelo pioneirismo de alguns autores de nossa terra em editoras tradicionais. Posso dar o exemplo da própria Roberta Spindler, que é uma autora publicada pela Cia das Letras. Casos como esse servem de inspiração para todos nós, autores paraenses e também nortistas.

Quais as suas paixões além da Literatura?
A arte sempre me instiga. Gosto de teatro, principalmente o regional (fã de carteirinha do Teatro de Apartamento), de cinema (embora não me considere cinéfila), de música (sou muito eclética, ouço desde reggeaton a Bethoveen), de desenho animado e animes (a propósito talvez uma das minhas fontes de inspirações mais frequentes depois da literatura).
Gosto também de museus e amo estudar sobre culturas e mitologias de países diferentes (outra fonte de inspiração). Ouvir pessoas também é algo que gosto muito, principalmente os mais velhos, que têm ótimas histórias sobre suas vidas e imaginários.
Por fim, posso dizer que gosto de caminhar também. Às vezes para observar paisagens, pessoas e animais, às vezes só para ter algo mecânico a se fazer enquanto fico viajando nas minhas ideias. XD

A imagem pode conter: desenho
Um das obras da Giuliana é Guardiões do Império, lançado pela Empíreo.

Tem dicas para uma boa escrita e para pessoas que pretendem escrever seu próprio livro?
Costumo dizer que não existe escrita perfeita. Todos temos um estilo, fruto de nossas vivências (ou escrevivências, termo muito bem colocado pela nossa escritora Conceição Evatisto), então não se cobre sobre ser bom ou ruim, seus leitores serão alcançados.
Isso não significa que devemos ser relapsos XD. Primeira dica que dou é: tenha calma. Sua história não fugirá, está coladinha com você, só é preciso lapidá-la para que seja compreensível, afinal, do que adianta escrever uma obra para publicação se não consegue comunicar o que está ocorrendo naquele livro? A não ser que escreva só para si mesmo, o cuidado com revisão é imprescindível, principalmente no que se refere à coesão e coerência; serviços de revisão gramatical podem, inclusive, ser terceirizados.
Segunda dica é: sejamos responsáveis socialmente. Vivemos em um mundo em que o acesso à informação alcança a quase todos e você ser um escritorx que lance uma obra incitando racismo, machismo, violência, LGBTQIA+fobia, sexismo, misoginia ou outros temas sensíveis sem qualquer propósito literário, você está sendo irresponsável. Não existe liberdade de expressão sem limites.
Terceira dica: não inicie sem saber o fim. Importante que você saiba conduzir ao menos o esqueleto da obra, pois sabemos que, às vezes, as personagens pedem uma modificação aqui ou acolá, mas tenha firmeza no que pretende escrever, não comece uma obra sem estruturá-la e quando falo de estrutura, não necessariamente digo para que saiba o que acontecerá em toooodos os capítulos. Saiba, ao menos, quais os elementos básicos inerentes ao seu gênero/tipo de texto. Você precisa conhecer suas personagens e traçá-las de uma forma que seja crível e lógica; você precisa conhecer os conflitos que vai trabalhar no livro; e, por fim, precisa saber como terminará a história. Pode até ser que mude o final no decorrer da narrativa, mas iniciá-la sem ter ideia de terminá-la pode te levar a um bloqueio criativo.
Quarta e última dica é para que você tenha seu próprio ritmo e seja gentil consigo mesmo. Não gosto de dizer que você precisa de uma rotina, de uma disciplina etc, não conheço sua vida, não sei quantas horas de trabalho externo você faz, ou se possui alguns desafios do cotidiano. Te dizer para ser assim ou assado pode só gerar uma crise de ansiedade em você. Se você acha que consegue escrever X palavras por dia, tudo bem, faça, é bom trabalhar com metas quando não se tem problemas com elas. Mas se você tiver uma personalidade ou uma vida agitada demais para elas, não se cobre.
Há vantagens e desvantagens sobre ter metas ou ser mais flexível. Vou dizer apenas que talvez ser disciplinado demais possa te engessar, tornar o texto sem alma (pode, mas não necessariamente isso ocorrerá) e a desvantagem de não ter disciplina é que você pode acabar perdendo o ritmo textual, então aconselho a sempre ler o capítulo anterior ou trechos anteriores para não tornar a experiência uma montanha-russa desenfreada em loops constantes.
Ao invés de dizer que você precisa escrever tantas palavras por dia em tantos dias da semana, o que vou lhe aconselhar é que tenha foco. Você precisa terminar aquela obra que se propôs a trazer ao mundo, não importa o tempo que precise. Você precisa ter foco de iniciar e começar uma história com estrutura e personagens bem caracterizados. É isso. Não se cobre, não se compare com outros autorxs a não ser que a comparação seja para somar e não cortar você. Faça você seu próprio ritmo, mas sempre visando aquele ponto final porque lhe garanto uma coisa: seu ponto final é apenas o ponto de partida para o leitor, e é uma sensação indescritível poder ouvi-los falar sobre sua obra.

Incrível! É um prazer conhecer um pouco mais sobre ela e suas obras. Acompanhe a autora em suas redes sociais: Facebook | Instagram | Twitter. Suas produções e mais informações podem ser encontradas no site oficial: https://giulianamurakami.com/

10 abril 2017

Entrevista com o autor: Breno Torres

Quem diria que o sonho de um amigo tão próximo iria se tornar realidade tão cedo?! Ao vivenciar de perto a trajetória daquele jovem sonhador e romântico, eu vibrei quando soube do seu primeiro livro, lançado pela Editora Arwen. Breno Torres é um amigo do curso de Letras – Língua Portuguesa e desde quando nos falamos pela primeira vez soube que era um apaixonado pelas letras e pela literatura. Como novo autor, o Breno irá lançar seu livro Pesadelos Infaustos, uma compilação de contos de horror e drama, publicado pela Editora Arwen, em abril deste ano. E claro que não poderia perder a oportunidade de divulgar o trabalho de um escritor paraense tão bom e tão próximo aqui no blog.
1. Quando iniciou tua paixão pela literatura?
Eu ainda guardo comigo uma das minhas primeiras memórias de leitura: uma edição linda de Poliana, adaptada para pequenos leitores, e foi uma experiência mágica. Mas minha paixão se consagrou mesmo com os livros de Harry Potter. Aquilo ali fez meu mundo virar de cabeça pra baixo – ou melhor: de cabeça pros livros.
2. O que te motivou a escrever um livro?
Quando eu leio livros, as experiências ali colocadas para os leitores viverem e os assuntos/temas discutidos sempre geram ideias e, por conseguinte, inspirações dentro de mim. Eu sou uma pessoa que tem muito a dizer, muito a mostrar, muito a provar (também), e a leitura e a Arte em geral me engatilha a imaginação. O que me motivou a escrever PESADELOS INFAUSTOS, enfim, assim como o que me motiva a continuar escrevendo, são as toneladas de palavras, filosofias, críticas e ideias que preciso compartilhar e escrever.
3. Por que um livro de contos e por que Horror?
Acho o Conto um gênero literário muito inteiro em si, muito completo e que dá muitas possibilidades ao autor, principalmente se tratando de um autor que está começando a descobrir seu estilo e sua voz narrativa. Foi no conto que comecei a fazer meus desdobramentos de enredo e experimentar as tantas possibilidades das dimensões de uma história, e deu muito certo esse meu processo de consolidação por conta disso. No que concerne ao Horror, um gênero que descobri com minha grande mestra Anne Rice, aliá-lo ao Conto me permitiu dar ao Horror tanta profundidade, tanta criatividade, sempre tanta autenticidade e possibilidades... Casar os dois, enfim, Conto e Horror, foi um processo natural. Um processo perfeito, para mim.
4. Como foi o processo de escrita de Pesadelos Infaustos?
PESADELOS INFAUSTOS começou a ser escrito no começo da minha graduação em Letras e se estendeu continuamente como um processo simplesmente experimentativo (de eu me descobrindo como autor) até que eu percebesse, uns dois anos depois, que eu poderia fazer conexões entre aqueles contos e eles faziam sentido e peso como uma antologia. Comecei, então, a me dedicar a tornar, a partir dos contos já escritos que eu tinha, a ordem das histórias um processo, onde o leitor poderia vivê-lo tanto no que diz respeito ao tom e às sensações que as histórias proporcionam quanto ao que as histórias são e representam – histórias críticas, profundas, vivas em si.
5. A faculdade te influenciou na vida de escritor/autor?
Com certeza. Na verdade, o grande motivo de ter entrado para a faculdade de Letras foi a possibilidade de me inebriar de Literatura em todas as suas dimensões para me polir e me engrandecer como autor – Crítica Literária, Teoria Literária; Leitura e conhecimento aprofundado de Clássicos (momento sempre fundamental), leitura de diferentes gêneros literários, descoberta de obras atuais; Produção, Revisão textual... A faculdade foi uma grande escola. Escola de vida, também.

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