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15 outubro 2015

Resenha - A Guerra dos FAE: Luz e Trevas


Título: Luz e Trevas. Guerra dos FAE #3 
Original: Darkness & Light (War of the Fae #3) 
Autor(a): Elle Casey 
Editora: Geração Editorial Sinopse: Luz e Trevas - Jayne Sparks está mais destemida, engraçada e rebelde do que nunca, tendo que enfrentar os problemas causados acidentalmente pelo duende Tim, aprender a manipular melhor seus poderes com O Verde, conhecer traições de um grande amigo e descobrir quais são os motivos secretos pelos quais há uma guerra incessante entre Faes das Trevas e Faes da Luz. Seus poderes podem torná-la vulnerável às manipulações dos Fae das Trevas, e ela poderá torna-se prisioneira de forças inimigas. Mas sua astúcia sempre estará lá.

O terceiro livro de Guerra dos FAE chegou há um bom tempo pra mim, vindo de cortesia ainda da editora Geração, infelizmente não pude concluir a leitura antes do término da parceria. Mas ao conseguir tempo e disposição pra leitura, não me arrependi.

Jayne Sparks livra seu melhor amigo, Tony, das 'garras' de Ben, o Fae das Trevas que o quis levar para seu lado. E ao voltar ao 'comando' dos Fae da Luz, ela e seus amigos voltam a treinar para a guerra que está cada vez mais iminente. Ao longo dos treinos, a garota descobre mais poderes e ao lado de Tim (um pixiel muito louco) e seus outros amigos Fae, incluindo Tony, evolui ainda mais como Fae. Porém, os Fae das Trevas continuam planejando a guerra contra os Fae da Luz e Jayne se torna alvo deles, sendo uma Fae elemental (um Fae que tem poder sobre todos os elementos básicos da Terra, algo raro nos dias atuais).

Jayne continua muito rebelde e sem 'papas na língua' quando é confrontada, criticada ou quando não sabe do que está falando. Sim, Jayne está mais poderosa na continuação dessa série, mas continua um tanto infantil e 'sem noção' algumas vezes. O que não deixa a história totalmente desinteressante assim.

Confesso que a leitura no começo foi bem arrastada por conta de descrições para situar o leitor na série, o que me desagradou porque não fazia muito tempo que tinha lido o segundo livro e as cenas com Jayne apenas treinando e descobrindo novos poderes não chama tanta atenção assim. Mas ao chegar no meio da narrativa, é onde a ação retorna à trama e faz a leitura ficar mais instigante. 

A relação entre Jayne e Spike aflora, Tim continua sendo um pixiel muito engraçado e misterioso e Tony demonstra-se bem enturmado entre os Fae da Luz, obtendo um cargo importante entre eles e ficando cada vez mais forte. 

O livro não só retrata relações pessoais, mas também traz o questionamento sobre os Fae da Luz e os das Trevas, finalmente esclarecendo essa divisão e tirando pensamentos um tanto óbvios sobre o que poderia ter motivado essa divisão entre os seres Fae. A narrativa em primeira pessoa, feita por Jayne, faz com que os leitores continuem não sabendo de tudo o que está acontecendo, assim como a personagem vamos descobrindo aos poucos respostas para algumas perguntas, um artificio que a autora soube utilizar bem. 

O final deixa mais uma vez um suspense para o próximo volume e provavelmente ultimo, lançado aqui no Brasil. Fiquei muito ansiosa para a próxima leitura e como Elle Casey irá escrever o desfecho das aventuras de Jayne e seus amigos. 

06 setembro 2015

Resenha - Talvez Nunca Mais um País


Título: Talvez Nunca Mais um País
Autor(a): Flavio P. Oliveira
Editora: Delirium
Sinopse: Talvez Nunca Mais um País - Talvez nunca mais um país, partidos políticos, eleições etc. Dois vírus criaram uma nova idade histórica, o primeiro consumiu as reservas de petróleo, o segundo deixou à beira da extinção a humanidade — gigantescas ratazanas devoram os corpos largados nas ruas. No setor 7, na famosíssima Copacabana, Miguel — ex-ráquer, atualmente colecionador e catalogador de objetos artísticos, um apaixonado por rock ‘n’ roll — envelhece (aceitando a sorte de ser um doador universal) sem ter muito o que fazer, além de caminhar na praia em companhia das porcas da senhora Borrêia e conversar com os pivetes na carcaça. Tudo isso mudará um dia, por culpa da inveja alheia, por culpa de uma nova vontade de ser melhor, algo não permitido pelo autoritário governo.


A narrativa é ambientada num Rio de Janeiro na 'Idade da Reconstrução'. Após a doença de Hoosbardo contaminar a maioria da população, as cidades foram segmentadas em o que parecem ser as capitanias do passado. Guanabara é uma delas e é onde vive nosso protagonista, também narrador da história. Entre as lembranças descritas do seu passado com seus avós, seus amigos e Mariana, sua amada que foi embora, sabemos um pouco mais sobre a situação em que o país se encontra atualmente. Robôs, detritos, cidades destruídas, totalitarismo no poder, prédios abandonados, crianças vivendo sozinhas, energia mínima, água muito escassa assim como alimentos, essas são algumas características que montam o cenário atual do Brasil e do mundo. 

Logo nas primeiras páginas da obra percebo algumas referências contidas na escrita do autor, o que me causa mais interesse ainda em ler as páginas seguintes. A narrativa não tem um fluxo de pensamento linear, pelo contrário, os fatos não são apresentados de forma à ser simples e claro. Aos poucos lemos tanto as memórias do protagonista quanto as condições em que se encontra atualmente o seu país. Talvez por essa narrativa o protagonista tenha cativado tanto, a descrição de suas lembranças, suas teorias (mirabolantes, muitas vezes e bem particulares), suas memórias e expressões deram um tom de realismo ao personagem e muitas vezes à narração.

A obra cativa não só pelo personagem central, mas também com os secundários. Os amigos do protagonista com apelidos estranhos como Manteiga e Medo, as descrições de Mariana e a volta da mesma na vida de Miguel me fez ter prazer ao ler a história em primeira pessoa. Além de Miguel ser colecionador de artefatos antigos e ser fã de rock'n'roll, as passagens com descrições de momentos com seus avós, que o criaram e morreram antes da doença se alastrar, fizeram com que eu me identificasse um pouco com a leitura. Acredito que essa obra tem muitas 'pitadas' da vida real do autor, mas pode ser apenas impressão minha. Tendo ou não inspirações biográficas, Talvez Nunca Mais Um País é uma distopia diferente e cativante. O romance não é totalmente focado, mas as declarações de afeto e amor de Miguel por Mariana também são muito boas de serem lidas.

Por fim, a edição está muito bem feita e não encontramos erros ortográficos ou de impressão na mesma. Um trabalho nacional muito bom, não só na escrita mas também na edição, o que me agradou muito. Recomendo muito à todos os fãs de distopias nostálgicas, com uma escrita singular e uma narrativa madura sobre os desastres de um país devastado.

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