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16 maio 2020

Um texto autodepreciativo


Eu acho que o melhor a se fazer, muitas das vezes, é admitir que eu sou ridícula. É isso mesmo, sem autopiedade nem falsa modéstia. Eu pensei que aquele discurso da Rafa Kalimann fosse perfeito pra dizer àquela guria que eu não suporto, mas na verdade ele é perfeito pra mim. Alguém poderia me jogar as mesmas afirmações e eu deveria aceitar. Tem dias (e noites) que eu só consigo pensar no quanto eu devo aparentar uma ridicularidade sem fim. Seja fingindo que tá tudo bem, seja fingindo que sei das coisas ou que tô fazendo algo realmente importante. O caso é que eu paraliso por coisas tão pequenas, tão mesquinhas, e me deixo levar por pensamentos tão errados, que só posso concluir que não sou nada disso do que eu mesma resolvi demonstrar. As pessoas não sabem as pesquisas feitas no Google gravadas no meu celular, entende? Ninguém poderia defender os pensamentos sórdidos e odiosos que eu já emiti sobre certas pessoas, nem o quanto já esbravejei na minha cabeça uma lista infinita de palavrões quando algo deu errado ou não saiu como esperado. Além de ser ridícula, sou patética. E pequena. E talvez meio burra. Meio incoerente e algumas vezes falsa. Se puxarem no meu histórico de vida todas as vezes que eu me contradisse, haja papel! Eu sei lá. Tem dias que é difícil se amar. Se sentir importante. Ou mesmo se sentir uma gostosa.
Às vezes eu só queria ser uma gostosa.

Tem dias que é mais difícil acreditar em si mesma, mas essa escrita é mais pra externar algo do que afirmar que sou realmente isso. A gente precisa entrar em contato com certas coisas que falamos de nós mesmos pra ressignificar e não concordar, refutar e até negar. Eu não sou o que eu penso de mim mesma, nem o que dizem sobre mim. Eu sou "um não sei quê, que nasce não sei onde" e que vive em constante aprendizagem. Só isso.

07 janeiro 2020

A perder de vista


O tempo passa quase rasgando nossa pele, nos leva junto como se fosse uma rajada forte no meio de uma tempestade por vir. Caso não criemos uma fortaleza para nos proteger e nos dedicar ao que amamos, é possível que ele nos atravesse como uma flecha de um caçador, rápida e certeira. Meu medo não é da passagem do tempo, sei que é inevitável, meu medo é de perder esse transitar e não saber como e quando cheguei ao futuro que me espera. Tudo que me transpassa é importante, tudo o que me atravessa e tudo o que permanece comigo. Não quero me perder na trajetória ao pensar somente no objetivo, até porque não há um só objetivo por todas as possibilidades vindouras. Então que eu aprenda a usufruir disso tudo, dos que estão aqui e do que está acontecendo, e que eu não me esqueça dos que já foram e do que já ocorreu, mas que eu saiba lidar com as perdas, com o passado e com as conquistas que me fazem chegar onde estou. É importante celebrar os fins e os começos, mais importante ainda é agradecer por quem esteve junto e contribuiu tanto nos caminhos que escolhi. O tempo pode passar, me atravessar, me atingir em cheio, eu só desejo estar consciente do que aconteceu e de como vim parar aonde quer que esteja.

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