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27 julho 2018

Tag dos 50%

Desde maio desse ano sem escrever nada para o blog, me culpo pela falta de tempo, mas principalmente pela falta de conteúdo a ser postado. Fiquei meses sem séries, livros e filmes e, apenas agora, em meados de junho-julho, pude retornar para alguns dos meus lazeres que gosto tanto de escrever sobre. Porém, nesse meio tempo, surgiu a oportunidade de submeter um conto (já publicado aqui no blog) para uma antologia de escritos de autores, intitulada Antologia Sonhos Literários, realizada pela Brenda Rodrigues, e, meu conto foi aceito (yey!), ainda por esses meses teremos a publicação em e-book e formato impresso, quem quiser ler minha entrevista para o projeto, acessa aqui. Também terei mais novidades quanto a escritos publicados nos próximos meses, aguardem.

Por enquanto, vamos atualizar o blog respondendo a uma tag bem bacana? Vi essa tag no blog da Mia e resolvi responder mesmo sem ter lido muito esse ano (fora as leituras do mestrado).
1. O melhor livro que você leu até agora, em 2018.
No Seu Pescoço, da Chimamanda Ngozi Adichie, sem dúvida. As histórias permanecem na minha cabeça e a escrita da autora é marcante.

2. A melhor continuação que você leu até agora, em 2018.
Quase não leio continuações durante esse ano, mas esse mês iniciei e já estou na metade de Guerra dos FAE - Nova Ordem Mundialhttps://monautrecote.blogspot.com/2015/10/resenha-guerra-dos-fae-luz-e-trevas.html, estou gostando muito. Mesmo a escrita já não mais cativando tanto, o mundo criado pela Elle Casey é incrível.

3. Algum lançamento do primeiro semestre que você ainda não leu, mas quer muito.
Quero muito ler algo da Djamila Ribeiro e o livro Quem Tem Medo do Feminismo Negro é um lançamento desse primeiro semestre que ainda não tive a oportunidade de adquirir e ler.

4. O livro mais aguardado do segundo semestre.
Acho que o livro em que meu conto sairá publicado. haha' Fora ele, não acompanho muito os lançamentos, mas a Martin Claret está lançando várias novas edições de clássicos belíssimas que gostaria de adquirir.

5. O livro que mais te decepcionou esse ano.
Noites Brancas de Dostoiévski, com certeza. A história parece ter sido escrita nos primeiros anos de vivência literária do autor e não marca em nada, não é uma grande história, como eu esperava desse autor.

6. O livro que mais te surpreendeu este ano.
O Caderno Rosa de Lori Lamby da Hilda Hilst é bem intenso para quem não está acostumado a esse tipo de gênero.

7. Novo autor favorito (que lançou seu primeiro livro neste semestre, ou que você conheceu recentemente).
Conceição Evaristo ganhou meu coração de leitora com Olhos D'Água. Escrita crua, mas poética. Com certeza quero ler outros títulos dela.

8. A sua quedinha por personagem fictício mais recente.
Não tive nenhuma quedinha em nenhum personagem dos livros que li até o momento. Mas em Guerra dos FAE, o Chase, demônio enamorado da protagonista, Jayne, é um belo partido pra nutrir uma paixonite hein.

9. Seu personagem favorito mais recente.
Dos livros que li esse ano, Aurélia Camargo, em Senhora, de José de Alencar, com certeza seria meu personagem favorito. Personagem nem um pouco característica do século XIX, ela subverte algumas imagens que temos das mulheres da época.

10. Um livro que te fez chorar neste primeiro semestre.
Olhos D'Água, com certeza. Tramas tristes, mas bem reais. Me vi em algumas situações descritas pela autora, em meu cotidiano nas áreas periféricas de Belém.

11. Um livro que te deixou feliz neste primeiro semestre.
Senhora é um romance romântico com aquele final de comédia romântica que sempre me deixa feliz.

12. Melhor adaptação cinematográfica de um livro que você assistiu até agora, em 2018. 
Não lembro das adaptações que assisti esse ano (?), mas atualmente acompanho The Handmaid's Tale, que teve sua primeira temporada adaptada e (dizem) que, mesmo diferente, a série e o livro são muito bons (preciso ler a obra ainda).

13. Sua resenha favorita deste primeiro semestre (escrita ou em vídeo).
Considerando que escrevi apenas duas resenhas esse ano (que vergonha), considero as duas minhas favoritas haushuas'

14. O livro mais bonito que você comprou ou ganhou este ano.
Acho LINDA a capa de No Seu Pescoço, mas amo as das edições da Biblioteca Azul, de Valter Hugo Mãe. Comprei, na Feria Pan-Amazônica do Livro desse ano, durante o encontro com o autor aqui (muito simpático e engraçado), Apocalipse dos Trabalhadores, que tem uma capa belíssima.

15. Quais livros você precisa ou quer muito ler até o final do ano?
Quero muito ler os livros que adquiri do Valter Hugo Mãe, assim como O Que é Lugar de Fala? da Djamila Ribeiro e Americanah, da Chimamanda Ngozi Adichie.

02 maio 2018

Resenha - No seu pescoço

Nome: No seu pescoço
Original: The Thing Around Your Neck
Autor (a): Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Cia das Letras
Sinopse: A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie vem conquistando um público cada vez maior, tanto no Brasil como fora dele. Em 2007, seu romance Meio sol amarelo venceu o National Book Critics Circle Award e o Orange Prize de ficção, mas foi com o romance seguinte, Americanah, que ela atingiu o volume de leitores que a alavancou para o topo das listas de mais vendidos dos Estados Unidos, onde vive atualmente. Ao trabalho de ficcionista, somou-se a expressiva e incontornável militância da autora em favor da igualdade de gêneros e raça. Agora é a vez de os leitores brasileiros conhecerem a face de contista dessa grande autora já consagrada pelas formas do romance e do ensaio. Publicado em inglês em 2009, No seu pescoço contém todos os elementos que fazem de Adichie uma das principais escritoras contemporâneas. Nos doze contos que compõem o volume, encontramos a sensibilidade da autora voltada para a temática da imigração, da desigualdade racial, dos conflitos religiosos e das relações familiares. Combinando técnicas da narrativa convencional com experimentalismo, como no conto que dá nome ao livro — escrito em segunda pessoa —, Adichie parte da perspectiva do indivíduo para atingir o universal que há em cada um de nós e, com isso, proporciona a seus leitores a experiência da empatia, bem escassa em nossos tempos.

No seu pescoço foi o segundo livro de Chimamanda Ngozi Adichie que tive o prazer de ler. Diferente de Hibisco Roxo, o presente livro é um compilado de contos da autora, ambientados em diferentes espaços, tratando sobre diferentes personagens, com histórias bem diversas uma da outra.

A escrita da autora não deixa a desejar, novamente. De descrições relevantes, em primeira ou terceira pessoa, a autora mescla uma escrita simples, clara, com passagens muito bem construídas, poéticas e imagéticas, algumas vezes. Mas o que mais chama atenção em suas narrativas são seus personagens e as tramas que os envolvem. Sempre muito marcantes, muito bem construídas em torno da cultura nigeriana, Chimamanda retrata, sob diferentes nuances, perspectivas sobre a vida de mulheres que permanecem em seus locais de origem ou migram para os Estados Unidos, um percurso comum nos casamentos arranjados narrados pela autora.

Os conflitos são muitos. Entre família, religião, cultura, identidade. A autora também destina seus escritos para retratar conflitos políticos, os quais modificam toda uma vida descrita em alguns dos seus contos, envolvendo mortes, desesperança, mudanças de perspectivas sobre a vida.
Descrever tão profundamente, em poucas páginas, sobre aquelas vidas e histórias, e comover seu leitor com elas, não é para qualquer um. Chimamanda consegue imprimir sua identidade como autora porta-voz de uma nação, de uma cultura, politicamente voltada para determinadas parcelas da população, mas suas histórias podem, e muito, nos fornecer um processo de identificação com suas histórias, em questões mais amplas, universais, inerentes a todos nós.

Em No seu pescoço é evidente, em quase todos os finais, o “deixar para trás”, o “dar de costas” das protagonistas perante uma situação que elas não suportavam mais. Interessante esse movimento, de quebra de um status quo, aparentemente sem saída, mas que o abandono torna-se o único modo de escape da situação. Isso ocorre em tramas com dramas familiares, principalmente.
Não me detive em descrever e opinar sobre cada conto, mas espero ter passado, pelo menos um pouco, das impressões tão boas que tive ao ler essa obra. Chimamanda Ngozi com certeza ganhou um espaço em minha estante e em meu coração de leitora, pelas suas tramas e por seus personagens tão marcantes.

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