01 fevereiro 2015

3 animações (diferentes) para assistir

Eu não me considero fã de animações, confesso. Porém, algumas me interessam e me cativam de um modo inexplicável! Não, não irei falar daquelas animações que todo mundo conhece ou já assistiu, por que essas, obviamente, nem precisam ser comentadas. Mas assisti algumas animações bem interessantes e ao que me parece, a maioria as desconhece ou nem ouviu falar, assim como eu, há um tempo atrás. Então selecionei essas três animações muito diferentes como dicas do post de hoje. Espero que gostem.

Persépolis


Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a incentiva a se tornar uma revolucionária.

Assisti antes de ler o livro e como já disse na resenha, é uma obra tocante e muito significante para todos que a apreciam.

A Pequena Loja de Suicídios


Em um mundo imerso em depressão e desesperanças, uma família ganha a vida vendendo artigos para ajudar pessoas a cometerem suicídio. Entretanto, os negócios da família enfrentam problemas quando o filho caçula decide mudar de uma vez por todas essa realidade.

Uma animação bem diferente da que estamos acostumados assistir. É bem depressivo e tem um humor negro que não é pra qualquer um. Mas o final é muito amor e a história te faz refletir sobre muita coisa.

Filme completo

As Bicicletas de Bellevile


Champion é um menino solitário, que só sente alegria quando está em cima de uma bicicleta. Percebendo a aptidão do garoto, sua avó começa a incentivar seu treinamento, para fazê-lo um verdadeiro campeão e poder participar da Volta da França, principal competição ciclística do país. Porém, durante a disputa, Champion é sequestrado. Sua avó e seu cachorro Bruno partem então em sua busca, indo parar em uma megalópole localizada além do oceano e chamada Belleville.

Essa é uma animação muito da estranha, confesso. Desde a história e principalmente, até o traço do desenho em si. Mas é um filme muito singelo, com uma mensagem de amor e superação muito bonita e engraçada até. Não dá pra deixar de se encantar com a avó e o cachorro.

Filme completo

Gostaram? Já assistiram algum desses filmes? Tem alguma animação que queiram me recomendar? Comentem!

27 janeiro 2015

Resenha - Persépolis


Nome: Persépolis
Autor(a): Marjane Satrapi
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Confesso que não iria escrever tal resenha por ser de um livro em quadrinhos, porém, esse livro é tão impactante que me fez desejar escrever sobre ele no blog. Não irá ser uma resenha típica, pois como já expliquei, se trata de um livro em quadrinhos.
Persépolis me encantou desde a primeira vez que vi a capa do livro. Sim. Já tinha ouvido falar sobre ele e sobre o filme diversas vezes e quando vi a compilação dos quadrinhos em um só livro, elaborado pela Companhia das Letras, eu enlouqueci o querendo. Até que, finalmente, uma amiga me presentou com ele. Já tinha assistido ao filme de mesmo nome e me encantei ainda mais. O livro é todo o filme, basicamente, mas é ainda melhor, por termos a oportunidade de ler e parar pra pensar naquilo que está sendo lido, algo que acontece na leitura de Persépolis em vários momentos. A história é Marjane Satrapi, filha de uma família politizada e moderna, morando no Irã, ela viu o que seria a repressão de várias formas possíveis em seu país, com seus familiares, amigos e vizinhos. E principalmente, ela presenciou a guerra.

Ao crescer, Marjane torna-se uma mulher tão politizada e moderna quanto sua mãe. Porém, há consequências ser livre dos pensamentos repressores de seu país. Marjane passa por vários momentos intensos em sua vida. As principais cenas e mais marcantes são as de Marjane sozinha, na Europa, onde foi morar aos 14 anos, longe de seus pais, para tentar se ver livre da guerra. A moça se vê sozinha, em conflito consigo mesma e com suas convicções. São trechos do livro marcantes na questão das descobertas pela jovem e da perdição em que ela se encontra após alguns acontecimentos.
Sendo uma história autobiográfica, o livro torna-se algo muito real, em todos os seus aspectos. A parte histórica, a história da família e amigos de Marjane e claro, a própria protagonista, nos contando seus relatos através de uma narrativa simples, fluída, triste muitas vezes, mas muito esclarecedora no final. 

O desenho é simples, nada muito elaborado, porém é a história que nos choca, nos toca, nos faz rir até algumas vezes e nos encanta. A diagramação está perfeita e não há erros ortográficos na edição. É uma leitura intensa e carregada de realidade que nos faz refletir muito sobre a condição de Marjane, de seu povo e também sobre nós mesmos. Vale muito à pena ter esse livro em mãos e apreciá-lo. 

© Palavra oblíqua – Tema desenvolvido com por Iunique - Temas.in