Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a Karina Pamplona, outra artista paraense que tive o prazer de conhecer durante este ano e que aceitou meu convite para este post. Amo ver as artes da Karina no Instagram (local onde conheci seus trabalhos). Vamos conhecer um pouco mais da artista?
Uma breve apresentação sobre quem é você, o que faz, sua formação, o que te inspira:
Toda a vez que tenho que responder quem eu sou entro num pane, porque eu mesma não sei bem. A gente acaba se descrevendo pelas nossas ocupações, ou no que a gente é bom, ou no que a gente é ruim, mas aquela nossa essência sempre se perde quando se põe em palavras, né? Ca-ham. Passado o surto, nasci e continuo vivendo desde esse dia em Belém. Como toda a criança sempre desenhei, mas comecei a querer mostrar o que eu fazia lá pelos 15 anos, junto com aquele combo da adolescência de não se achar bom o suficiente, parar de produzir e estancar. Mas a necessidade de se expressar sempre esteve latente, e só mais recentemente que venho mantendo uma regularidade e admitindo pra mim mesma que sou ilustradora e artista - ainda é um processo novo que eu espero que se consolide e saia de forma mais natural com o passar do tempo. Minha formação acadêmica é em Arquitetura e Urbanismo, mas em vias de acabar com esse relacionamento abusivo em breve. Também faço uma pós em Design Gráfico e mestrado em Planejamento Urbano (haha, tudo certo). Já a minha formação enquanto pessoa vem das conexões que fiz ao longo de 26 anos, que é um dos grandes pontos de partida e inspiração da minha produção.
Como você descreve sua arte?
A minha arte é parece eu, alguém perdido tentando se encontrar, minha linguagem transita através de cenas ou de quadrinhos em que o conteúdo vem de um lugar muito particular das minhas vivências e do que me toca de alguma forma.
Quais técnicas você utiliza?
Ultimamente utilizo bastante a pintura digital pela generosidade de permitir pensar outros caminhos em tempo hábil. Também pintava bastante com aquarela, mas venho percebendo que talvez não seja a técnica mais adequada para uma pessoa impaciente, às vezes nos damos super bem e às vezes estamos brigadas.
Quais inspirações/influências você possui?
Acho que tudo que nos rodeia acaba se tornando uma inspiração se a gente dedica a atenção do nosso olhar. Mas parando pra pensar, acho que a minha maior inspiração é a arte manifestada na vida, no drama e na comédia de existir – um jeito bonito pra dizer: meus dramas e trocadilhos que eu forço fazer.
Como você se descreve, enquanto artista, mulher, etc?
Essa é a primeira vez que me descrevo enquanto mulher-artista. O meu interior reluta um pouco em admitir pelo imaginário que me foi construído em torno da palavra artista, que geralmente vem cercada de uma pompa – mas, ao mesmo tempo, a arte pra mim é apenas outra forma de pensar, de alcançar com sensibilidade outros olhares, tem a ver com refletir sobre a vida que nos rodeia e principalmente sobre se expressar. E artista é quem faz arte, né? A necessidade de comunicar essas reflexões internas vem de mãos dadas com o processo de me conhecer e me reconhecer no mundo, mas olho pro chão de estrada que falta e percebo que existe um longo pra me encontrar verdadeiramente, o que talvez nem seja possível, então aceito o risco e me descrevo como andarilha de mim.
Recomenda algum (a) artista atual que te inspira?
Nossa. Vários! Gostaria até de tirar esse espaço pra enaltecer paraenses que contribuíram pra minha formação. A Vika Albino que foi a amiga no ensino médio que ensinou a querer desenhar e que faz um trabalho belíssimo em aquarela, ela que plantou a sementinha de que é possível. Por muito tempo eu fiquei hipnotizada pela poesia visual da Keyla Sobral, eu acho incrível a sensibilidade dela com as palavras. As fotos da Naiara Jinkins são de uma verdadeira força e questionamento bruto. Recentemente li o livro da Monique Malcher e me fez reconectar com o meu passado, algo muito poderoso se encontrar com si. Também recomendo a arte delicada e que me inspira demais do Igor Oliveira. Pra fechar, a voz, o canto e o dom da Lariza com as palavras.
Além da ilustração, o que gostas de fazer?
Ler. Assistir filme. Ver o pôr-do-sol. Tomar sorvete. Fazer alguém rir. Conversar sobre tudo. Comer pudim. Tomar banho de cheiro. Fazer carinho na barriga da minha gatinha e tirar a mão rapidamente antes dela me atacar.
Karina é uma fofa! Para acompanhar mais do trabalho dela, siga: @karipola