Direção: Jake Schreier
Elenco: Nat Wolff, Cara Delevingne, Justice Smith, Austin Abrams.
Sinopse: "Cidades de Papel" é uma história sobre amadurecimento, centrada em Quentin e em sua enigmática vizinha, Margo, que gostava tanto de mistérios, que acabou se tornando um. Depois de levá-lo a uma noite de aventuras pela cidade, Margo desaparece, deixando para trás pistas para Quentin decifrar. A busca coloca Quentin e seus amigos em uma jornada eletrizante. Para encontrá-la, Quentin deve entender o verdadeiro significado de amizade – e de amor.
Normalmente eu não gostaria de escrever sobre uma adaptação de livro, ainda mais por ter me decepcionado tanto com a adaptação de A Culpa é das Estrelas do mesmo autor. Porém, Cidades de Papel me surpreendeu positivamente e não quis deixar a oportunidade de falar sobre ele aqui no blog.
Paper Towns é meu livro favorito do John Green (já li todos dele, menos Will & Willl) e estava com um pé atrás em relação à essa adaptação. Fiquei com receio de transformarem a mensagem do livro em algo banal ou até deixá-la de lado pra enfatizar um romance adolescente. Felizmente, isso não ocorreu e sai satisfeita do cinema.

Margo e Quentin se conhecem desde pequenos e numa saída de bicicleta pelo bairro, eles encontram um adulto morto na pracinha. Após o acontecimento, naquele mesmo dia, Margo surge pela janela do quarto de Q e o convida a investigar, junto à ela, sobre a morte daquele senhor. Quentin nega e ao longo dos anos, os dois afastam-se. Após 11 anos do ocorrido, Q demonstra-se ainda fascinado por essa garota cheia de mistérios, aventuras e histórias fabulosas sobre suas indas e vindas de casa. Margo tornou-se seu próprio mistério e parece apenas inalcançável para o jovem rapaz dedicado aos estudos, amigos e família. Porém, em uma noite inesperada, Margo reaparece na janela de Q, quase o intimando a completar 9 missões com ela, para completar sua vingança contra o ex-namorado e suas ex-amigas. É a partir desta noite que a vida de Quentin muda completamente.

A história do livro é basicamente a mesma do filme. Mudaram algumas coisas? Sim, obviamente, mas não deixa a desejar (pelo menos ao meu olhar). O que me agradou e muito. O romance não é enfatizado no filme, assim como no livro. John Green escreve um Young Adult nada superficial e leva isso às telonas com essa nova adaptação.
O elenco está maravilhoso, até mesmo Cara Delevingne eu achei com uma boa atuação, mesmo ouvindo tantas críticas à ela. Nat como Quentin está muito bom também e seus amigos mais ainda. Talvez em algumas eu tenha sentido uma certo ar superficial nas atuações, mas nada muito grave. As cenas entre os meninos são as mais engraçadas e cativantes. Com uma linguagem própria, o roteiro não deu um 'ar forçado' nos diálogos entre Q, Ben e Radar. Austin como Ben roubou a cena várias vezes, nos fazendo rir com seus trejeitos e sacadas.

A cenografia não foi exatamente como imaginei, mas ainda sim foi mais ou menos fiel ao que está presente no livro. A trilha sonora está PERFEITA. Ainda mais tocando HAIM (se não ouviu ainda, ouça aqui - urgentemente!) nas cenas finais.
Cidades de Papel fala sobre amadurecimento, enfoca em valores como amizade, conhecer a si mesmo, descobertas, conquistas e aventuras em uma época em que podemos (quase) tudo e que os arrependimentos e angústias devem ficar de lado.

Em alguns momentos tive uma sensação nostálgica e saudosista quanto à adolescência, querendo voltar um pouquinho no tempo pra me aventurar em certas histórias assim como Q, Ben, Radar, Angela, Lacey e Margo.
Saia da sua zona de conforto, perca-se antes de encontrar-se, essas são as lindas mensagens que tal produção nos traz, de uma forma bem singela e divertida.






